sábado, 31 de dezembro de 2016

Viagem 0.2

Vou ao sabor da corrente, das rajadas, das nuvens, da chuva, dos raios de sol, das estrelas, da lua: dos movimentos da Terra - da natureza. Vou ao sabor desta terra que também é minha: meu corpo; desta natureza que me faz eu: minha alma. Vou ao sabor da essência da vida, passando por trilhos em caracol e por outros a imitar planícies. Vou - acima de tudo, vou. Viajo. Vejo. Sinto. Sou.

autora: Maria Ramos

sábado, 17 de dezembro de 2016

Oh-oh-oh! Onde Irá o Trenó?

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

viagem

A nossa prenda para vocês? Dar-vos a descobrirem novos mundos... E tudo no conforto da vossa casa, com uma mantinha por cima das pernas, a lareira acesa e arte no olhar.

sábado, 3 de dezembro de 2016

O Impossível 0.2

Dormia tranquila sonhando com o céu estrelado quando ouvi algo bater com força na minha janela. Sobressaltada, pisquei as pálpebras repetidamente de forma a abri-las por completo e o mais rapidamente possível, desemaranhei-me dos lençóis de algodão e coloquei os pés descalços no chão de pedra gelado do meu quarto. Corri a levantar as persianas e pus-me junto ao parapeito, esbugalhando os olhos à procura de algo que pudesse ter caído. No meio de um arbusto, vi algo invulgar brilhando: pequenas pintas cintilantes, mas ainda assim maiores que pirilampos. Deparei-me então com pequenas estrelas cadentes estendidas, feridas em algumas das suas pontas. Voei até elas como voava tantas vezes nos sonhos, mas desta vez fora deles e sabendo-as fora também. Agarrei-as nas minhas mãos e levei-as para casa, chorosa: que não recuperassem totalmente da queda, que o céu com o qual sonhava então nunca mais voltasse a ser o mesmo na possibilidade delas nunca mais voltarem a casa. Porém, ainda que mais fracas na sua luz - por vezes num intermitente inconstante -, ainda lhes sentia na pele o calor que era só delas e foi nele que enfim me concentrei. Consciente de que também eu tinha calor para lhes dar, encostei-as ao coração e esperei. Esperei... continuei a esperar que o sentissem, espero que o sintam - e com ele o meu desejo e decisão de lutar por elas, de devolvê-las a esse céu bonito e sonhado. Assim lutei e luto, dias a fio: esperando que o amor seja curandeiro de grande parte das dores e dos arranhões, que o carinho constitua o seu bilhete de retorno a casa - por muito difícil ou intransponível que me pareça essa batalha pois, afinal, quem sou eu para conseguir devolver estrelas ao céu? Mas... a bem dizer, quem sou eu, também, para não o conseguir fazer? O impossível só existe até ser possível, e eu escolhi e escolho entregar-me a esse desafio - pelo sonho, pela causa que significa... até agora nunca ganha e, por isso, por ganhar por alguém.
Ainda não sei se conseguirei sair-me cumpridora para com esta minha missão... mas a verdade é que o horizonte nunca esteve tão perto como hoje, e isso faz-me querer que progressos vão sendo feitos, que vou, realmente e de novo, aproximando as estrelas em recuperação das nunca lesadas... que, um dia, a reunião será possível. O céu estará ao alcance.

autora: Maria Ramos

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Fazemos os Possíveis e os Impossíveis!

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

o impossível

Parece-vos difícil? Talvez. Mas olhem que vamos fazê-lo acontecer! 
Estejam atentos!

sábado, 12 de novembro de 2016

Vício 0.3

Se os nossos medos são hábitos bem instalados, por nada largados, então que toda a aprendizagem passível de fazer com o que nos faz tremer também vire vício.

autora: Maria Ramos

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Ainda não é hora de parar!

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

vício

Não deixes de nos visitar: uma, outra, outra, e mais outra vez....

sábado, 22 de outubro de 2016

Futuro 0.4

O ser humano é um ser obrigado a vergar-se perante a adaptação, sendo tanto servo como nobre no seu reino: tudo dependerá da sorte e também do esforço. De momento, a adaptação exigi-me que seja uma bebé capaz de dar passos de adulta. Terei de caminhar sem nunca o ter feito, sem saber ao certo como coloco e levanto os pés do chão de forma controlada e continuada. Terei de o fazer observando e repetindo todas as etapas vezes e vezes sem conta. Assim sou agora e sou-o, porém, ansiando pelo momento em que serei adulta brincando despreocupadamente como uma criança - podendo fazer e ser de tudo um pouco sem quase pensar no que vem a seguir.
O futuro - aprendi - não tem de aparentar-se lógico (nem sê-lo de facto). Nem sempre se começa por gatinhar para um dia mais tarde andar: por vezes começa-se logo a andar, e até há quem comece, desde logo, a nadar. Tudo dependerá de onde e como se nascer, de onde e como se crescer. O futuro não dá a cara de sequencial, não se antevê certo, e nem sempre cresce suave e sem se notar: é em tudo improvável. Um improvável que, contudo, não é impossível.

autora: Maria Ramos

sábado, 8 de outubro de 2016

Futuro 0.2

A única altura em que o futuro depende de uma bola de cristal é quando detenho essa bola nas minhas mãos. E juro que a largo para se estilhaçar em mil pedacinhos ou a condecoro mero biblô, pois só assim a admito espelhar-me a mim e ao meu mundo: comigo a ditar-lhe, antes de mais, como quero ver-me no meu destino. Não lhe permito todo o enredo - ah, não; não se não puder participar da encenação. Mais que meu mapa astral ou que qualquer sorte tirada de um baralho, os meus passos traço-os eu ao mirar o céu e ao procurar a beleza das estrelas como guia, mesmo que haja névoa e que chova granizo - hei de aprender a lidar com o clima como quero aprender lidar com a minha vida. Aconteça o que acontecer: é minha. Não de objetos criados pelo Homem. Até porque eles só detêm o significado que lhes concedermos... e que, portanto, eu quero. E eu não quero dar-lhes nenhum.

autora: Maria Ramos

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Previsões para as Próximas Semanas...

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

futuro

O que irá sair do baralho desta vez? Venham desvendá-lo connosco!

sábado, 3 de setembro de 2016

Asas 0.1

(1) 
Liberta as asas, clamam os ditos. E há quem não perceba nada de que a dica era para se desprender da rotina e voar, voar mais longe: liberta antes a mão das asas das chávenas de café e chá, esses que engole à pressa em dias de trabalho rotineiro, e acaba por se queimar. Larga as asas, aconselham os amigos, a família... Só que há quem tenha os pés tão assentes na terra que leva na literal o que é metáfora, acabando por largar os sacos cheios de compras na direção dos dedos - e nem os sapatos os salvam de largar um grito de dor. Abre as asas, ouve-se por aí; e logo a seguir vê-se um senhor que segue a instrução à risca, transformando-se num ápice num lambão a querer todo o céu para si e a dar uma cotovelada ao vizinho do lado.
Por outro lado... olho para ti e flutuas só por andar. Tu flutuas ainda que com os pés no chão, ainda que muito ciente que por vezes não se pode fazer da vida um poema de sorrisos. Só que nessas alturas, se for preciso, sorris e e dizes que, lá por serem de lágrimas, não quer dizer que alguns não possam ser poemas - ou não os houvesse também de saudades, de perdas, de dores. Não tens asas das que se veem como se veem nos pássaros - mas é evidente que voas. Quem disse que as asas reais tinham de ser fisicamente visíveis? As tuas não são; porém existem e levam às nuvens num simples abraço.

(2) 
Adoro que o nosso dar de mãos seja como um bater de asas que nos eleva juntos pelo céu ao mesmo tempo que nos permite a liberdade das direções a tomar. O amor é difícil de definir, mas com certeza não serão dois passarinhos juntos no baloiço de uma gaiola: chega a um ponto em já não sabem (nem conseguem) ser mais do que aquilo. Não nos encontro presos a essa definição de não-amor, felizmente; para dizer a verdade, não nos encontro presos a qualquer definição, seja do que for. O que bate certo, ou afinal o amor não é suposto ser isso mesmo? Algo sem limites, sem palavras? Não vamos por rótulos nesse tópico, que eles não o servem. Vamos por sentimentos, que só assim é possível falá-lo, escrevê-lo, pintá-lo, representá-lo,... demonstrá-lo. Só sei que te amo, e que amo sermos assim: algo além do baloiço fechado numa divisão - uma união que se formou e que se mantém livremente, decidindo, também, livremente voar um bocadinho mais longe, todos os dias, além barreiras.

autora: Maria Ramos

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Vamos Viajar?

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

asas

Não deixem a cabeça na Lua! Venham respirar estes ares!

sábado, 13 de agosto de 2016

Horror 0.2

De que cor é o horror? De que cor é a realidade que cai sobre ti - e que ganha vida, e que morre em ti -, ao veres que quando um Homem tem uma ideia negra, foi porque "uma lâmpada se lhe acendeu" ao surgir essa ideia? 
Essa cor, diria, é escolhida por ti.

autora: Maria Ramos

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Que Surpresas Vos Aguardam Mais?

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

horror

Nós andamos por aí...

sábado, 30 de julho de 2016

sábado, 16 de julho de 2016

Máscaras 0.2

Preferia não saber... mas caí na armadilha. Dei um passo, desloquei-me para mais perto para escutar o que se apressavam em me confidenciar (e que, confesso, ansiava por ouvir),... e logo me apercebi que me tinha posto na direção do abismo. Nas palavras que apenas me foram segredadas, feitas discretas, quase inaudíveis... ouvi o eco do embate no fundo do poço, provocado pela queda que logo antevi. Aí me apercebi do impacto das palavras: um impacto que, por muito que se tente esconder, não deixa de, por isso, existir, pois as palavras não deixam de ser o que são, seja-lhes dado o volume que for. 
Caí na armadilha. Caí na armadilha e numa armadilha para mim própria me tornei. Vou e volto a cada dia, colocando à flor da pele uma máscara como se de nada soubesse... e sei - sei de tudo. Sei e por isso sinto que brinco com o meu choro: que o gozo, que me rio na cara dele... ou na minha cara, na verdade. Cara esta que não sinto como minha - que não queria, mesmo, que fosse a minha. Só que... o que é que os outros pensariam se eu simplesmente me permitisse a mostrar o rosto? Se me permitisse a ser eu e o mostrasse como realmente me sinto por dentro neste momento? Pensariam que enlouquecera, com certeza! Mas eu sinto-me é louca de pensar assim.

autora: Maria Ramos

sábado, 9 de julho de 2016

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Não Queremos Enganar Ninguém: Estamos Aqui para Ficar!

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

máscaras

Está atento/a e vem daí descobrir o que escondemos para ti!

sábado, 2 de julho de 2016

Passado 0.3

Não sei o que é inferno em mim: se o que me arde é esta ausência de ti, se é saber que já houve a tua presença. Que deus me quer assim? Sem saber em que tempo viver e chorar? Quem é esse deus que te quis a ti, para poder chamá-lo pelo nome e dirigir-lhe estas palavras: perguntar-lhe o porquê de tudo isto?
Contaste-me que, durante muito tempo, querias ser astronauta. Ver de perto como brilham as estrelas; pôr os pés na Lua porque, com eles na Terra, andam todos sempre e sonhar também é preciso.
No altar sussurraste-me que as estrelas tinha-las descoberto de perto ao navegar nos meus olhos, e que encontraste-te na Lua quando abriste a porta de casa e estava lá eu. Que agora, se pudesses aspirar a mais, seria ir em busca de mais formas de nós comigo. "Ter uma família contigo será como chegarmos a Marte e lá criar uma nova vida", disseste-me, agarrando-me na mão com força e de repente puxando-me para perto de ti, como quem desejasse ardendemente essa viagem assim. Creio que, assim, na verdade, conseguiríamos o Universo inteiro.
Não pensei que esta nova família fosse assim: que em vez de aumentar, diminuísse. Que Marte se consumisse tão ferozmente em chamas. Que guerra é esta em que agora me encontro? Que paz é essa em que estás?
É como se um buraco negro nos tivesse sugado a meio caminho.

autora: Maria Ramos

sábado, 18 de junho de 2016

Passado 0.1


Porquê Marte para inaugurar o tema passado?

«Marte: Deus da Guerra. E, para mim, isto do 3D tem sido uma guerra. Provavelmente, também este se trata do planeta mais parecido com a Terra do passado e do futuro.»

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Nunca é Tarde para Arrancar

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema.
O deste mês é...

passado

Fica atento: não (te) passes!

* P.s.: o nosso fotógrafo encontra-se atualmente sem disponibilidade para participar logo connosco neste arranque...no entanto, juntar-se-à assim que possível!