quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Ainda não é hora de parar!

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

vício

Não deixes de nos visitar: uma, outra, outra, e mais outra vez....

sábado, 22 de outubro de 2016

Futuro 0.4

O ser humano é um ser obrigado a vergar-se perante a adaptação, sendo tanto servo como nobre no seu reino: tudo dependerá da sorte e também do esforço. De momento, a adaptação exigi-me que seja uma bebé capaz de dar passos de adulta. Terei de caminhar sem nunca o ter feito, sem saber ao certo como coloco e levanto os pés do chão de forma controlada e continuada. Terei de o fazer observando e repetindo todas as etapas vezes e vezes sem conta. Assim sou agora e sou-o, porém, ansiando pelo momento em que serei adulta brincando despreocupadamente como uma criança - podendo fazer e ser de tudo um pouco sem quase pensar no que vem a seguir.
O futuro - aprendi - não tem de aparentar-se lógico (nem sê-lo de facto). Nem sempre se começa por gatinhar para um dia mais tarde andar: por vezes começa-se logo a andar, e até há quem comece, desde logo, a nadar. Tudo dependerá de onde e como se nascer, de onde e como se crescer. O futuro não dá a cara de sequencial, não se antevê certo, e nem sempre cresce suave e sem se notar: é em tudo improvável. Um improvável que, contudo, não é impossível.

autora: Maria Ramos

sábado, 8 de outubro de 2016

Futuro 0.2

A única altura em que o futuro depende de uma bola de cristal é quando detenho essa bola nas minhas mãos. E juro que a largo para se estilhaçar em mil pedacinhos ou a condecoro mero biblô, pois só assim a admito espelhar-me a mim e ao meu mundo: comigo a ditar-lhe, antes de mais, como quero ver-me no meu destino. Não lhe permito todo o enredo - ah, não; não se não puder participar da encenação. Mais que meu mapa astral ou que qualquer sorte tirada de um baralho, os meus passos traço-os eu ao mirar o céu e ao procurar a beleza das estrelas como guia, mesmo que haja névoa e que chova granizo - hei de aprender a lidar com o clima como quero aprender lidar com a minha vida. Aconteça o que acontecer: é minha. Não de objetos criados pelo Homem. Até porque eles só detêm o significado que lhes concedermos... e que, portanto, eu quero. E eu não quero dar-lhes nenhum.

autora: Maria Ramos