sábado, 22 de abril de 2017

Natureza 0.2

É no meio das árvores que me perco e que me encontro: ali, na imensidão do silêncio, onde o que me envolve é a tranquilidade e a leveza das folhas que balançam enquanto cantam as brisas e os ventos... Ali, onde o silêncio fala baixinho e sereno, mesmo que pese dentro; ali, onde o ar puro é a banda sonora que vai dos pulmões ao coração, e assim me conecta com a vida.

autora: Maria Ramos

sábado, 8 de abril de 2017

A Nossa Essência

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

natureza

Naturalmente, aqui: n'Os Sonâmbulos.

sábado, 25 de março de 2017

Magia 0.2

E, de repente...
"E, de repente": onde começa o susto, talvez... mas também a magia. "E, de repente": onde também começa a magia porque a magia, quando vem, vem de rompante. Apanha-nos desprevenidos, assalta-nos o corpo de sensações e a alma de uma vivacidade intensa em nada antes igual.
E, de repente...
De repente a magia também é um susto, mas a prova que os sustos podem ser bons... Surpresas... Imprevistos: tremores por todo o lado ocupando-se de nós, a insegurança de não saber o que vem a seguir ao que já conhecemos - mas não faz mal.
E, de repente...
De repente assustei-me, pois logo me senti completamente derrotada, desarmada, nada preparada - de repente: encontrei-te. A ti. Ao meu lugar seguro. Ao meu céu não só no ar como na terra e no mar... e até no fogo, pois há certas coisas que não importam onde e quando aconteçam: são magia - não importa o lugar, não importa o momento. Superam tudo. Engolem-nos, envolvem-nos, transformam-nos... E, daí, qualquer e mera abóbora é carruagem real. E, daí, qualquer e todo o trapo vira vestido de princesa. E, daí, o simples e pequeno tic-tac do relógio é como nunca antes importante.
E, daí, de repente, não faz mal nenhum que seja de repente.

autora: Maria Ramos

sábado, 11 de março de 2017

Pirlim-pim-pim!

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

magia

Sem truques: este mês, para terem a oportunidade de se maravilharem... basta aos Sonâmbulos atentos estarem!

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Mar 0.1

Às vezes, até numa concha se escuta o mar. Às vezes, por muito baixinho, ouvimos na mesma as ondas rebentar. Parecem-nos longe, distantes por momentos... mas logo as escutamos tão perto!... Mesmo à beira do nosso ouvido; mesmo à entrada de um canal que, ainda que contra aquilo que dita a lógica, liga diretamente ao coração.
Às vezes, estamos metidos na nossa concha e escutamos o mar. O mar que, às vezes, rebenta em ondas tranquilas e suaves e, noutras, em ondas brutas, agressivas. Às vezes, estamos na nossa concha e ela parece ser mais do mar do que nossa. Será isto bom? Será isto mau?
Apostaria no bom. Porque seja esta patilha agradável ou desagradável para nós, é uma partilha: algo que acontece; algo por que passamos e vivemos vezes e vezes sem conta, de uma maneira ou de outra. E, mesmo assim, cá estamos! Cá estamos. Estamos porque somos seres que se adaptam a toda e qualquer corrente - mais simpática ou mais difícil.
Às vezes, a concha é nossa, é do mar, e nela encontramo-nos os dois com diversos humores. Tudo bem. Vamos na onda.

autora: Maria Ramos

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Porque Não Existimos Só no Verão

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

mar

Venham mergulhar connosco! Ou, se ainda estiver muito frio para isso ou não souberem nadar, convidamo-vos, ao menos, a molharem os pés... Não se vão arrepender.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Inverno 0.3


Será que o Pé-grande existe?
O tio Alberto tem o pé grande - no entanto, não será ele concerteza a merecer essa nomenclatura. E o palhaço Tonto do circo, apesar de um sapato maior do que qualquer número que existe, chama-se, precisamente, Tonto - não Pé-grande.
Posto isto: será que o Pé-grande existe?
O pé existirá com certeza, pois as pegadas falam por si. Agora: se existe aquele espécie de gorila, grande, de pele negra e cabelos brancos como a neve... 
Esperem! O que é aquilo atrás das árvores?

autora (imagem): Teresa de Mello e Trindade
autora (texto complementar): Maria Ramos

sábado, 21 de janeiro de 2017

Inverno 0.1

Pegadas na neve. Tinha acabado de ocorrer um enorme nevão há uns meros segundos atrás e, mesmo assim, era o que se via: pegadas a neve.
- Como é possível?!
- Quem terá sido?
- Será que alguém andou ao frio durante a tempestade?
- Talvez! Será que estava perdido?
- Pode ter sido um monstro!
- É lá um monstro!
- Pode ter muito bem sido um monstro.
- Os monstros não existem.
- Não? E aqueles que vivem debaixo da cama? E dentro do armário?
- Esses não mesmo. Há os que vivem em nós.
- Ah, sempre concordas que existem alguns. 
- Esses sim: por vezes levam as pessoas a perderem-se. 
- Terá andado algum pela neve?
- É possível. Os monstros gostam de nos sugar o calor. São de ambientes que nos fazem tremer.
- Quem terá soltado o seu monstro?
- Melhor: quem terá cambaleado pelo chão gelado com o seu monstro?
- Alguém guerreiro.
- Alguém corajoso.
- Alguém que apesar de tudo deu passos só seus. Que apesar de tudo fez o seu caminho.
- Alguém que não desistiu. Que continuou e continuou. Que conseguiu já só por isso.
- Isso.

autora: Maria Ramos

sábado, 14 de janeiro de 2017

Aos Dias de Chuva, Vento e Frio

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

inverno

Celebremos juntos esta estação do ano, que tanta inspiração pode trazer! Duvidam? Estejam atentos e venham comprová-lo nas próximas semanas n'Os Sonâmbulos!