sábado, 25 de março de 2017

Magia 0.2

E, de repente...
"E, de repente": onde começa o susto, talvez... mas também a magia. "E, de repente": onde também começa a magia porque a magia, quando vem, vem de rompante. Apanha-nos desprevenidos, assalta-nos o corpo de sensações e a alma de uma vivacidade intensa em nada antes igual.
E, de repente...
De repente a magia também é um susto, mas a prova que os sustos podem ser bons... Surpresas... Imprevistos: tremores por todo o lado ocupando-se de nós, a insegurança de não saber o que vem a seguir ao que já conhecemos - mas não faz mal.
E, de repente...
De repente assustei-me, pois logo me senti completamente derrotada, desarmada, nada preparada - de repente: encontrei-te. A ti. Ao meu lugar seguro. Ao meu céu não só no ar como na terra e no mar... e até no fogo, pois há certas coisas que não importam onde e quando aconteçam: são magia - não importa o lugar, não importa o momento. Superam tudo. Engolem-nos, envolvem-nos, transformam-nos... E, daí, qualquer e mera abóbora é carruagem real. E, daí, qualquer e todo o trapo vira vestido de princesa. E, daí, o simples e pequeno tic-tac do relógio é como nunca antes importante.
E, daí, de repente, não faz mal nenhum que seja de repente.

autora: Maria Ramos

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